23 de junho de 1998 - Já é tarde e eu deveria estar na cama, mas a última dose ainda me faz companhia. Neste momento não vejo nada e o silêncio prevalece.Meus pensamentos estão vagos e minha companhia acaba de se trocar, ficando ainda mais atraente. Completamente inerte fico a admira-la, então penso: -só você me entende, não me julga e sabe me escutar. Quase tudo é abstrato e o que é real também é inacessível. Existem mistérios me envolvendo e as vezes acho que nunca serão desvendados. Não resisto ao seu perfume e fico tonto de tanto prazer. Quando me dou conta estou sozinho, o vinho acabou, foi se embora minha companhia.Que inferno de solidão!!!Que importa, eu já passei por isso e já me acostumei.As vezes me perguntam como faço para prosseguir com tantos obstáculos? Penso: - suportei ontem, posso suportar hoje e não me permitirei pensar no amanhã.Passo por privações e angústias, e para superar, tive que aprender a trabalhar minhas forças, mesmo assim percebo que ainda é insuficiente.As vezes quando olho para traz vejo um "campo de batalhas" cheio de destroços de sonhos mortos e ilusões desfeitas, batalhas que participei com todas as vantagens literalmente contra mim. Esta covardia me deixou marcado e prematuramente envelhecido, apesar de tudo, não tenho pena de mim. Não tenho como cessar lágrimas derramadas no passado, não invejo os que foram poupados, simplesmente porque vivi, enquanto a maioria apenas existiu.Sorvi até o fim a taça da vida, enquanto muitos apenas passaram os lábios sobre a superfície. Assim conheço coisas que jamais conhecerão.Tenho minha própria filosofia, que é bem clara pois meus olhos foram lavados por lágrimas. Vivo cada dia como ele se apresenta e não me preocupo com o amanhã que é uma ameaça.Os pequenos aborrecimentos não me afetam, todavia, presenciei desmoronar o edifício da minha própria felicidade.Aprendi a não esperar muito das pessoas, posso sentir-me feliz com um amigo que não é muito sincero ou com um conhecido que costuma falar dos outros.As vezes choramos por coisas que deveríamos sorrir, assim adquiri um estranho senso de humor e hoje acho graça dos meus infortúnios ao invés de me entregar a crises histéricas.Não lamento as coisas que passei, pois através das pude sentir a vida e a morte sob todos os seus aspectos e isso valeu o preço que paguei....Júnio Caetano de Olivera
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